Se nunca vieram
      
Se nunca vieram
      Por   que desesperas?
    
Tua casa não teve portas
      Onde bater
      Nem sanguões onde passear à tarde.
    
Mãe, diz-me,
      Que fazemos aquí parados
      Nesta noite coberta de pó?
      Ônibus repletos de morte passam velozes
      Bêbedos de camisas suadas
      Arrotam e ejaculam solitarios.
    
Só os que habitam povoações de  olvido
      Percebem a proximidade da morte,
      O fedor da solidão,
    A máscara do tédio.